quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Poeta de rua e dos bons!

O nome dele é complicado: Olivio Basievisctus. Mas a pessoa dele, pelo contrário, é deliciosamente simples. Olivio é um POETA DE RUA (e dos bons!) com o qual me deparei casualmente nas ruas de Brás Cubas (SP).

Sua abordagem é extremamente criativa; ele me parou e disse: - "fiz um poema para você na página"... eu fui conferir e falava de uma "loba" daquelas que prometem uivar no seu telhadinho...

Quando viu que eu estava muitíssimo bem acompanhada, ele teve jogo de cintura e disparou: - "já você está completo na página..."(muitos risos). De fato, a "página" em questão delineava um cara com pinta de caçador voraz, imagine (o caçador e a loba?).

Tanta espirituosidade me cativou. Olivio-sopa-de-letrinhas me fez abrir uma página qualquer, como num gesto de quem lê a sorte, sabe? Fui "sutil":

Leve viver Sábio
Que somente quem viveu
Viu!
Leve escrever em muros,
Que somente quem olhou,
Transcreveu.
Sincero em toda palavra,
Por mais dizer
Belo a quem escutava.
Certo escrito em versos,
A quem toda a vida
por saber,
Versar.

E de poema em poema, lá se vão 30 livros escritos, editados e 58 mil cópias vendidas pelas ruas a mórdicos R$15 (ele diz que estudante paga R$12).

- "Tem gente que se arruma e vai para a rua trabalhar. Eu me arrumo e vou trabalhar na rua!", disse o poeta que sai diariamente de Santo André onde vive para um bairro ou cidade para passar o dia EUpresariando - este é o trabalho perfeito!

Trinêmio - dos sentidos vistos em olhares é a sua obra mais recente. Sua venda, diz ele, ajuda a manter os dois filhos cuja guarda acaba de conseguir na justiça. Eu sempre disse aos meus filhos que o conhecimento seria meu maior legado. É, de fato, o único legado que os pais deixam. O alicerce para a construção da pessoa completa.

Quem quiser adquirir a obra do meu ilustre colega poeta, pode encontrá-lo às terças-feiras no Masp, das 10 às 16 horas e aos sábados na pitoresca Feirinha da Liba (Bairro da Liberdade, SP) neste mesmo horário. No caso de Basievisctus, o céu é um belo telhado!

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terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

No Carnaval 2009 eu fui Gal Costa por um dia!

Antes de adotar a vasta cabeleira onde pousava um hibisco ou alguma outra flor, a baiana Gal Costa marcou época usando um poderoso black power como este na capa do long-play da Philipis (1969) que trazia o hit "Baby":

Você precisa aprender inglês
Precisa aprender o que eu sei
E o que eu não sei mais
E o que eu não sei mais...



E foi esta inspiração que me fez aceitar vestir a fantasia gentilmente cedida pelo meu "kekê" Ivan Rizzi para encarnar esta Gal Costa Anos 70, destaque da Águia de Prata (foto de Jonny Ueda), cujo enredo homenageava "mulheres de verdade, belas, poderosas, cheias de graça" como sua mãe-de-santo Menininha do Gantois e a colega de profissão Elis Regina, entre Princesa Isabel, Chica da Silva e outras.

Eu escolhi desfilar no chão entre os 600 integrantes da escola, porque gosto de ficar perto do público, interagir, olhar, brincar. Vim a frente do carro alegórico que homenageava a grande dama do teatro, Cacilda Becker.

Carioca da gema, não me contive: sacodi a avenida, levantei a arquibancada, rodei a saia, quebrei tuuuuudo e o chão tremeu! Mostrei o que é que a "baiana" tem e botei o samba em seu lugar: no pé! Foi bom demais! Os 50 minutos de desfile passaram em cinco, poxa! Mas valeu à pena: A ESCOLA FOI CAMPEÃ pela primeira vez e eu saí com o título de "pé quentíssimo"- o que me deixou com vontade de malhar para encarar uma fantasia, digamos, "mais ousada" em 2010.

Na "passarela mogiana do samba" eu revi amigos queridos, posei para trocentas fotos com a comunidade, adotei as variações "boneca de piche" e "nega maluca" e brinquei demais com meus colegas jornalistas, pude flertar com o maridão (que garantia o Carnaval sob os melhores ângulos)... e conhecer pessoas incríveis como o Secretário do Verde e Meio Ambiente Romildo Campello e o colunista social "Heraldy" (acima) como o chamo carinhosamente.

Visite o álbum para ver outras imagens da folia!

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sábado, 14 de fevereiro de 2009

Mais Carnaval 2009: marchinhas!

E na sequência, lá estava eu - mais uma vez a convite do meu amigo Rabicho - de volta ao corpo de jurados, na de-li-ci-o-sa noite de sexta-feira (13/2); dessa vez para consagrar as melhores marchinhas carnavalescas de Suzano 2009. "Ao passar do bloco", de Guilherme Bandeira, foi a grande campeã!

(...) estava ficando sem graça
pulando sozinho na praça
alguém me pegou na mão
cantava o lá lá o ô ô ô
que calor, que calor meu irmão...

(continua)

A voz do menino doce como só e a letra é um misto de romance e saudosismo. Com ele subiram ao palco, merecidamente, Juá de Casa Forte e Bianca Cirillo (foto). Mas eu confesso que meu tipo de marcha preferida é aquela curtinha, fácil de gravar o refrão. Assim, desse jeitinho, uma dizia:

Cadê o dinheiro doutor, cadê o dinheiro?
Vivo correndo atrás dele o dia inteiro...

Me encantei pelo intérprete e pelo jeito de cantar a marchinha. Para a minha surpresa era o meu querido Canarinho (aqui na foto de Jonny Ueda)! Ah... "quanto riso, ó, quanta alegria!" - que noite deliciosa!

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quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Entrevista com David Gurteen


Certo dia um homem decidiu criar uma newsletter a fim de acelerar a compreensão das pessoas sobre a necessidade de dotarmos "novas formas de estar no mundo e trabalhar". Ele é David Gurteen e eu o entrevistei com exclusividade para a Revista SER MAIS.

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domingo, 1 de fevereiro de 2009

Entre a "Realeza"!

Na sexta, 31 de janeiro, às vésperas da grande festa pagã, tive a honra de ajudar a eleger com outros 12 jurados no salão do Bunkyo de Suzano, a "Realeza" do Carnaval 2009. Ao todo foram 16 candidatas disputando os postos de Rainha e Princesas e dois candidatos à vaga de Rei Momo.

Michele Thobias, que representava da Escola de Samba Casa Branca, foi eleita Rainha com 377,5 pontos; enquanto que Jefferson de Jesus, da agremiação, conquistou o reinado com 360 pontos e um belo gingado! Já Glaucia Franco, da Escola de Samba Estrela Dalva e Sheila Cristiane, da Escola de Samba Unidos de Vila Adelina, receberam a faixa respectivamente de primeira e segunda princesa.

Os critérios foram simpatia e comunicação, beleza e harmonia plástica, samba no pé e desenvoltura. A disputa poderia ser mais acirrada: beldade não faltou, mas faltou in-ves-ti-men-to nas meninas por parte das agremiações. Eu confesso que me doeu ver uma, uma menininha que tinha todos os requisitos e grande chance, mas lhe faltou cabeça!

Neste caso, me refiro ao adereço. Como faz falta uma fantasia com pena, pluma, brilho, salto, cabelão... É sério: nessa hora leva vantagem a agremiação que empreende na imagem daquela que a representa.

Mas eu soube ser imparcial e a eleição foi NOTA DEZ: justíssima! É maravilhoso poder voltar pra casa na certeza de ter feito uma menina realizar um sonho que não é só seu, mas de uma família muitas vezes bem humilde, de uma comunidade inteira. Só quem já trabalhou com comunidades sabe o bem que ações deste tipo promovem. Parabéns a todas!

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